Bares e restaurantes projetam alta de 5% no faturamento ainda em 2022
Os segmentos estão otimistas com o aumento da demanda do consumidor, impulsionado pela queda do desemprego
Segundo estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o faturamento do setor de bares e restaurantes pode crescer 5% nos próximos meses. A explicação da entidade se deve à forte demanda do consumidor e à diminuição das viagens de brasileiros ao exterior. Como resultado, muitas pessoas gastam mais em casa.
Segundo Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, os empregos e a volta da Auxilio Brasil contribuíram para a estimativa.
“Embora a renda média tenha caído quase 8% – dificultando o repasse da inflação ao consumidor – o aumento do emprego nos ajudou a vender muito. Outro fator muito positivo que atua na base da indústria é o Auxílio Brasil, de 190 Os reais subiram para 400 reais”, disse.
Em 30 de junho, a taxa de desemprego do país continuou em tendência de queda. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa é de 9,8%, o menor nível desde que atingiu 8,3% em 2015. No entanto, este nível ainda representa cerca de 10,6 milhões de desempregados.
A queda dos preços de alguns alimentos também incentivou a indústria. A ideia é facilitar o repasse do valor final aos consumidores nos próximos meses. “Se mantiverem (os preços), está ótimo. Se continuarem caindo, só vão chegar ao consumidor final. Pode ajudar a fechar contas (de bares e restaurantes). O importante é que a proteína vá para baixo, eles são muito caros.” , enfatizou o presidente Abrasel.
Os últimos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (8) mostraram que os preços da cebola (48,23%), legumes (30,62%), batata (55,77%), tomate (10,50%) e carne (2,76%). A inflação, medida pelo IPCA, atingiu 0,67% em junho. Abaixo das expectativas do mercado.
Diante dos últimos dados do IPCA, o presidente da Abrasel explicou que o custo das mercadorias vendidas representa cerca de 35% do valor final das vendas. Os cortes de preços em junho deste ano tendem a aliviar a pressão, se sustentados, mas o valor acumulado ao longo de um ano continua alto.
“Podemos dizer que estamos comemorando com cautela a retirada de ingredientes importantes no cardápio e esperamos que essa tendência continue melhorando o desempenho das empresas, principalmente daquelas que ainda lutam para obter lucros.
A carne está com mais ‘desempenho’ este ano, mas isso é depois da alta do ano passado”, observou ele.
A expectativa da Abrasel é se adequar ao preço, lembrando que a queda do combustível também ajuda. Motocicletas diretas e entregas e indiretas. O preço médio da gasolina no Brasil é de 6,49 reais após os estados reduzirem a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Este é o menor valor para o combustível desde outubro do ano passado, quando a gasolina comum foi apurada em 6,36 reais.
Apesar da previsão positiva, uma pesquisa recentemente concluída pela Abrasel mostrou que 65% das empresas do setor de bares e restaurantes ainda não são rentáveis. Outros 29% estão no vermelho e 36% estão em equilíbrio. No geral, 75% das empresas no espaço culpam a inflação por enquanto porque não podem repassar os custos operacionais aos preços de venda.
Nos últimos 12 meses, a taxa de inflação do setor de entrega de alimentos acumulou 6,88%. Este valor é inferior à taxa de inflação cheia para este período, sendo de 11,89%. A alimentação domiciliar representou 16,71% no acumulado, e a restauração teve a maior proporção, atingindo 13,93%.
Fonte: CNN