Intenção de consumo de famílias cai pela primeira vez desde junho
Após registrar quatro meses consecutivos de alta e chegar à estabilidade em outubro, o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou retração em novembro. Com uma queda mensal de 0,9%, o indicador caiu para 73,4 pontos, permanecendo abaixo do nível de satisfação de 100 pontos. Os dados foram apurados e divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Mesmo com a queda, o atual nível do ICF é o maior da série desde março de 2021, quando registrou 73,8 pontos, e melhor do que o registrado em novembro de 2020, período em que chegou a 69,8. Na comparação anual, o indicador teve uma alta de 5,1%, mantendo a tendência positiva dos meses anteriores.
Alta dos juros e encarecimento do crédito contribuíram para queda no indicador
Em nota, José Roberto Tadros, presidente da CNC, avaliou que a retração foi influenciada principalmente pelas consecutivas altas dos juros, manobra do Banco Central (BC) para conter o aumento dos preços de produtos e serviços repassados à população. “Os números demonstram que as incertezas econômicas e políticas estão sendo incorporadas pelos consumidores”, afirmou.
Além da redução do poder de compra, o encarecimento do crédito também afetou o item do indicador que mede a perspectiva de consumo: ele manteve o resultado negativo do mês anterior, registrando queda de 1,5%. Catarina Carneiro da Silva, economista responsável pela pesquisa, explicou que essa situação se dá devido ao crédito ser um artifício utilizado pelos consumidores para aumentar suas rendas e tentar manter o padrão de consumo.
“A incerteza quanto ao tempo necessário para abrandar o processo inflacionário e o nível que os juros devem alcançar para conseguir o objetivo já estão influenciando no momento de consumir e gerando maior cautela”, comentou Silva.
Índice também avaliou intenção de consumo por região brasileira
O estudo da CNC apresentou ainda os destaques por região do País. Segundo os recortes, o Norte apresentou queda na variação anual na maioria dos indicadores, sendo o de Momento para Compra de Duráveis (+13,9%) a única exceção. O item, por outro lado, foi o único a registrar queda na região Sudeste (-16,7%).
Na comparação com 2020, as outras regiões também tiveram retração em apenas um dos itens avaliados. Sul e Centro-Oeste encolheram 6,3% e 6,9%, respectivamente, em Acesso ao Crédito. Já no Nordeste, o item de Perspectiva Profissional teve o resultado mais negativo, com queda de 3%.
Redação MarketUP | Fonte: Agência Brasil