Mercado financeiro eleva estimativa da inflação para 2021
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação oficial do país, subiu de 8,59% para 8,69% neste ano. A alta já é a 28ª elevação consecutiva da projeção. A estimativa está no Boletim Focus — pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) — de hoje, dia 18 de outubro, com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Puxada pela alta dos preços da energia elétrica e dos combustíveis, a inflação subiu 1,16% em setembro, o maior patamar para o mês desde 1994, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador acumula altas de 6,9% no ano e de 10,25% nos últimos 12 meses.
A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 % para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior, de 5,25%.
Selic pode ser elevada no próximo mês
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 6,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa do mercado financeiro é de que a Selic encerre 2021 em 8,25% ao ano, mesma projeção da semana passada. Para a reunião no final deste mês, o Copom já sinalizou que pretende elevar a Selic em mais um ponto percentual.
Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida. Isso causa reflexos nos preços pois os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a recuperação da economia. Já ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito barateie, incentivando produção e consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Projeção da inflação para 2022 também está acima da meta
As projeções do BC para a inflação também estão ligeiramente acima da meta para 2022 (3,5%) e ao redor da meta para 2023 (3,25): as estimativas estão em 4,18% e 3,25%, respectivamente. Isso reforça a decisão da autarquia de manter a política contracionista de elevação dos juros. Para 2024, a previsão é de uma taxa de 3%.
Quanto à Selic, o mercado financeiro estima que, para o fim de 2022, a taxa básica suba para 8,75% ao ano. Para 2023 e 2024, a previsão é de Selic em 6,5% ao ano.
Redação MarketUP | Fonte: Agência Brasil