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O que é “marketing 4.0” e como aplicá-lo em seu negócio
Há inúmeros tipos de negócio ao redor do planeta, nos mais diferentes tamanhos e estruturas organizacionais. Entretanto, algumas estratégias importantes imperam no cotidiano das empresas; dentre elas, o marketing. Muitas vezes, mesmo inconscientemente, empreendedores aplicam recursos para convencer o público e convertê-lo em consumidores dos produtos ou serviços oferecidos. Em uma das acepções do termo, marketing costuma ser definido como “atividade, conjunto de processos para criar, comunicar e entregar ofertas para clientes e potenciais consumidores”. Portanto, quem tem um negócio próprio e deseja se diferenciar da concorrência costuma investir na divulgação de conteúdo. Mas é preciso ficar atento às mudanças desse campo, afinal, já estamos vivenciando uma nova fase: o marketing 4.0.
EVOLUÇÃO DO CONCEITO
Como qualquer recurso empresarial, o marketing também é pautado pelas mudanças e necessidades do mercado. Atualmente em uma fase estratégica mais recente, empreendedores investem no conceito de marketing 4.0, teorizado por Philip Kotler. De acordo com o professor universitário estadunidense, essa fase é uma espécie de “revolução digital” para empresas. É necessário que as companhias invistam em comunicação voltada às novas plataformas e aos novos comportamentos dos consumidores. Em outras palavras, é necessário que empreendedores compreendam novos hábitos e alcancem as pessoas de forma eficiente no ambiente digital.
Como exemplo básico dessa necessidade, podemos analisar o caminho que um consumidor percorre até comprar um produto. Há alguns anos, o cliente que decidia adquirir um tênis se deslocava até uma loja e escolhia um dos modelos. Atualmente, ainda que haja quem vá até a loja física sem tantas dúvidas, os consumidores compram muito mais via internet. E, antes disso, pesquisam bem a avaliação do produto em diferentes sites e procuram críticas feitas por clientes na plataforma. Além disso, esse consumidor pode ser diretamente influenciado pelo conteúdo digital que recebe de uma empresa que vende calçados.
Foi estabelecida, portanto, uma maneira diferente em como as companhias disponibilizam seus serviços. E, em especial, como se comunicam com os clientes digitalmente. Mas nem sempre o investimento foi tão centrado no perfil dos consumidores; o foco antes era outro: o produto.
AS TRÊS FASES ANTERIORES
O marketing 1.0, o primeiro de acordo com a literatura do ramo, lançava foco nos produtos — amplamente produzidos com o advento da Revolução Industrial. As empresas, principalmente devido à crescente “mecanização”, montavam uma grande quantidade de itens, mas sem tanta diversidade entre eles. Henry Ford, um dos nomes mais importantes do período, define bem o momento industrial. De acordo com uma citação que é atribuída ao empresário estadunidense, “qualquer cliente pode ter o carro da cor que quiser, desde que seja preto”.
O Fordismo, cunhado para caracterizar os modelos de produção em massa, tinha o objetivo de padronizar produtos e otimizar etapas. Além disso, a meta também era reduzir custos de produção e levar itens até a população por um valor acessível.
Na segunda fase (marketing 2.0), o consumidor é visto como alguém que escolhe mais conscientemente o que vai comprar. Afinal, há mais opções no mercado e ele irá diferenciar itens pelo preço, qualidade ou outro fator de sua prioridade. Neste momento, empresas começam a dedicar o conteúdo do marketing para os potenciais consumidores, afinal, eles não aceitam mais generalidades. O foco, portanto, está em satisfazer os desejos da clientela, trazê-la até a marca, e, se possível, fidelizá-la.
A terceira fase da estratégia, por sua vez, pode ser classificada como o marketing que investiu em valores e no “espírito humano”. Nesse período, as companhias procuram demonstrar preocupação com a sociedade. A fase 3.0 é dividida em três forças: era da participação, do paradoxo da globalização, e era da sociedade criativa.
Era da participação
Baseada na interatividade das pessoas devido ao crescimento rápido das plataformas digitais. Em consequência da facilidade em se conectar com outros indivíduos mais rapidamente, o fluxo de informação trocada aumenta. Abre-se espaço para as redes sociais, espaços online utilizados atualmente em diversos países do mundo.
Era do paradoxo da globalização
Em razão da globalização que, entre tantas coisas, aproximou e evidenciou diferentes culturas, empresas começaram a se preocupar com o comportamento de consumidores tão distintos. Por isso, companhias imersas no marketing 3.0 apostaram na ideia de alertar pessoas da importância de serem “cidadãos globais”. O valor comunitário, agora também resultado dos negócios, ganhou ainda mais importância neste contexto.
Era da sociedade criativa
No terceiro pilar da fase 3.0, o desejo por autorrealização se fortalece em muitas sociedades. E, como consequência do crescimento tecnológico, novas ideias são trazidas à tona e novos conceitos são estabelecidos. Os clientes, portanto, começam a buscar produtos que sigam, de certa forma, ideais que compartilham. Os consumidores dão cada vez mais valor às companhias que têm outras motivações além do lucro tradicional.
DESENVOLVIMENTO GRADUAL
É importante salientar que, apesar do aparecimento de modelos de marketing mais recentes, eles não acabam com os primeiros. Ou seja, ainda há empresas que adotam a fase 1.0, por exemplo. O desenvolvimento das estratégias de comunicação, além de ser gradual, também é adaptado à realidade e segmento de cada negócio.
Portanto, marketing 4.0 — considerado o mais moderno — nada mais é do que uma evolução natural de recursos. E também, claro, das novas maneiras do ser humano (consumidor) viver em sociedade. Como teorizou o pai da ideia, Philip Kotler, o mundo atual é uma verdadeira “revolução” para os negócios da contemporaneidade.
IMPLEMENTAÇÃO NOS NEGÓCIOS
Entender a evolução de alguns processos industriais e mercadológicos não é muito difícil. Entretanto, há empreendedores que ainda têm dificuldade em aplicar o marketing 4.0 na empresa. E, já que ele está em voga atualmente, é importante adotar maneiras para se aproximar do público desejado. Afinal, é com essa nova fase do marketing que o empreendedor pode melhorar a atuação no ambiente digital e intensificar a relação com o público.
Estruture-se digitalmente
Uma maneira de começar a aplicar o marketing 4.0 é ampliar a presença do empreendimento na internet. É possível fazer isso por meio de redes sociais, blogs, site ou outro instrumento digital. A intenção é apresentar conteúdos relevantes sempre que os clientes procurarem sobre sua marca na internet. Além disso, é necessário que as informações sejam claras e possam ser acessadas facilmente, por computador ou smartphone. Porém, antes de montar um site ou criar contas em todas as redes sociais disponíveis, é preciso estudar o público-alvo. “Quais redes sociais os clientes mais acessam?” “Com que frequência estão online?” Fazer essas perguntas pode ajudar na assertividade da comunicação com a clientela e facilitar um melhor trabalho nas redes.
Humanize sua marca
Como foi abordado anteriormente, o desenvolvimento do marketing ao longo da história trouxe foco às pessoas. Por isso, humanizar a marca é um bom trunfo para melhorar a imagem digital que sua empresa tem. Para fazer isso, é preciso que o negócio adote algumas medidas, como adaptação no atendimento e comunicação com o público. Quanto mais natural parecer a relação da empresa com os clientes, melhor tende a ser o vínculo entre as partes. Fazer isso nos ambientes digitais, entretanto, nem sempre é tão fácil e correto como muitas vezes aparenta ser.
Invista em Inbound Marketing
O público está utilizando cada vez mais a internet. Então, que tal adotar um conjunto de estratégias e alcançar melhor os clientes digitalmente? O Inbound Marketing é recomendado para isso, já que almeja atrair mais consumidores por meio de conteúdos relevantes para o público. Porém, sem ir atrás dessas pessoas, o modus operandi é explorar canais de comunicação para inserir os materiais da marca. Para começar, um blog pode ser uma plataforma para publicar conteúdos da empresa e aumentar relevância do negócio na web.
Trabalhe com personas
Representação fictícia de um cliente ideal, criar uma “persona” para o negócio pode ser importante. Isso porque esse “personagem” será montado com base em informações reais dos consumidores, como desejos e características demográficas. A partir do entendimento de quem é seu “cliente consumidor padrão” é possível investir ainda melhor nos conteúdos de marketing.
Monitore o desempenho
Pouco adianta investir no marketing 4.0 e não saber o engajamento com o público. Coletar dados das redes sociais e serviços de monitoramento, como o Google Analytics, é crucial para enxergar o que funciona. Por meio de métricas sólidas e bem definidas, campanhas podem ser disponibilizadas com maior chance de acerto.
Por: Rudiney Freitas