Vendas no varejo registram queda de 3,1% em agosto
O volume de vendas do comércio brasileiro recuou 3,1% em agosto na comparação com o mês anterior (2,7%). Mais da metade das atividades do varejo caíram no período. No acumulado do ano, entretanto, o setor soma alta de 5,1% e crescimento de 5% nos últimos 12 meses. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada ontem, 6 de outubro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, seis das oito atividades comerciais pesquisadas tiveram taxas negativas em agosto. O destaque foi o segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico (16%) — atividade composta, por exemplo, pelas grandes lojas de departamento —, que teve a principal influência negativa sobre o indicador do varejo. Essa
Cristiano Santos, gerente da PMC, afirmou em nota que o setor sofreu bastante no início da pandemia da covid-19, mas se reinventou com a reformulação das suas estratégias de vendas pela internet. “Isso culminou com crescimentos expressivos, principalmente em julho [19,1%] com o lançamento das plataformas de marketplace. Com muitos descontos, o consumidor antecipou o consumo em julho, fazendo com que o mês de agosto registrasse uma queda grande de 16%. Esse recuo, contudo, não é suficiente para retirar os ganhos dos quatro meses anteriores”, disse o pesquisador,
Crescimento da inflação contribuiu para recuo nas vendas
Em agosto, também recuaram os segmentos de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (4,7%); combustíveis e lubrificantes (2,4%); móveis e eletrodomésticos (1,3%); livros, jornais, revistas e papelaria (1%); e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,9%). As duas atividades que tiveram variação positiva no volume de vendas no período foram tecidos, vestuário e calçados (1,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,2%).
“Hiper e supermercados, assim como combustíveis e lubrificantes, vêm sendo impactados pela escalada da inflação nos últimos meses, o que diminui o ímpeto de consumo das famílias e empresas. A receita nominal de hiper e supermercados ficou perto de zero [0,3%] e a de combustíveis recuou 0,7%. Houve efetivamente um gasto menor das famílias na passagem de julho para agosto”, acrescentou Santos.
De acordo com o IBGE, no comércio varejista ampliado — que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção — o volume de vendas caiu 2,5% em agosto na comparação com julho. A atividade de veículos, motos, partes e peças teve variação positiva de 0,7%, enquanto material de construção variou negativamente 1,3%.
Queda interrompeu sequência de altas no setor
A pesquisa mostra que, em um ano, na comparação com agosto de 2020, o comércio teve queda de 4,1% depois de cinco altas consecutivas. Esse resultado reflete os recuos nos segmentos de móveis e eletrodomésticos (19,8%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (9,1%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,6%); e outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,7%).
Foram quatro as atividades com aumento no indicador interanual: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (6,5%); livros, jornais, revistas e papelaria (1,3%); tecidos, vestuário e calçados (1%); e combustíveis e lubrificantes (0,4%).
O comércio varejista ampliado ficou estável frente ao mesmo período do ano passado, registrando alta de 16,8% na atividade de veículos e motos, partes e peças e queda de 7,1% no setor de material de construção.
Redação MarketUP | Fonte: Agência Brasil